27/10/2012 - O Popular
Apenas dois dos seis corredores exclusivos do transporte coletivo determinados pelo Plano Diretor de Goiânia de 2007 estão previstos para os próximos cinco anos. A Prefeitura alega que a falta de dinheiro e de demanda de usuários a levou a optar por construir pistas preferenciais nos Corredores T-7, T-9 e Mutirão. Não há previsão para o Corredor Leste-Oeste.
Os corredores Goiás - que abrigará o Bus Rapid Transit (BRT) - e Anhanguera - por onde passará o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) - são os únicos que terão pista exclusiva para transporte coletivo no eixo central. O prefeito Paulo Garcia (PT) afirma que as vias preferenciais nos Corredores T-7, T-9 e Mutirão são "a opção factível neste momento". O tempo de duração das obras e a necessidade de desapropriações preocupam empresários.
O Plano Diretor de 2007 - cuja atualização deve ser enviada à Câmara Municipal no próximo mês - estipula largura mínima de 36 metros para a caixa da via comportar um corredor exclusivo. As Avenidas T-7 e T-9, entre outras, não têm esse espaço. Para cumprir o determinado em lei precisão ser feitas desapropriações. "Implantar um corredor com necessidade de desapropriação demanda muito mais dinheiro que o preferencial", afirma Garcia.
Além de não ter dinheiro suficiente para cumprir o que determina o Plano Diretor, estudos técnicos da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) apontam que não há demanda nos Corredores Leste Oeste, T-7, T-9 e Mutirão. As vias têm de 3 mil a 6 mil passageiros por hora em cada sentido, nos horários de pico. A CMTC estima em 10 mil a 15 mil passageiros por hora em cada sentido a demanda mínima para implantação dos corredores exclusivos. As vias têm atualmente 8 mil e 12 mil, respectivamente.
Modelo
As pistas preferenciais têm como molde o Corredor Universitário, inaugurado em junho deste ano. "Neste momento podemos resolver com o conceito do corredor preferencial, que não tem desapropriação, simplesmente eliminando estacionamento. Cinco anos é a previsão de que eles ainda aguentem bem", afirma a assessora de planejamento da CMTC, Ediney Bernardes.
"Implantar esses corredores de imediato é praticamente impossível. Teríamos de desapropriar 20 quilômetros - 10 de cada lado - e isso se torna praticamente impossível", afirma Bernardes, sobre o caso do Corredor T-7. A região é quase que completamente adensada. Apesar disso, os técnicos da Prefeitura afirmam que, a partir do Plano Diretor de 2007, alterou-se também a lei de uso do solo. Passou-se a exigir que novos empreendimentos respeitem a distância de 15 ou de 18 metros do meio da via, de acordo com o corredor determinado para o local.
O prefeito afirma que as obras do Corredor T-7 vão começar no máximo em janeiro de 2013: "Minha determinação é que tenha início no mais tardar na primeira quinzena de janeiro; temos recursos para executar a obra." O Corredor T-9 também deverá ser iniciado no primeiro semestre de 2013. Embora já esteja definida a adaptação do projeto de corredor exclusivo para preferencial na Avenida Mutirão, Bernardes afirma que ainda não há previsão para a obra.
Dificuldade
Reportagem do POPULAR publicada no dia 10 de setembro, durante a disputa eleitoral, já mostrava a dificuldade que o novo prefeito teria para implantar os corredores exclusivos de transporte, promessa de campanha de todos os candidatos. Na ocasião, o jornal consultou especialistas que apontaram entraves para a execução do que prevê o Plano Diretor.
"Excetuando-se o corredor (Goiás) Norte-Sul, onde será implantado o BRT, a implantação dos demais corredores exclusivos é muito difícil, tendo em vista que a caixa das vias é inferior a 30 metros e necessitaria ser ampliada para 36 metros. Essa ampliação demandaria um número muito grande de desapropriações a um custo elevado", avaliou na ocasião o engenheiro Alexandre Moura, do Grupo de Trabalho sobre Mobilidade e Acessibilidade do Conselho Regional de Engenharia em Goiás (Crea-GO). Para ele, a saída seria apostar nas vias preferenciais, como o Corredor Universitário.
Garcia afirma que "nada impede que no futuro um corredor preferencial não tenha condições ideais de se tornar exclusivo". O prefeito cita a diversidade de opiniões sobre o assunto. "Existem técnicos que consideram que o corredores preferenciais não são o ideal, que o ideal são os exclusivos. Mas são fases de implantação e temos de nos adaptar às caixas que nos temos."
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Apenas dois dos seis corredores exclusivos do transporte coletivo determinados pelo Plano Diretor de Goiânia de 2007 estão previstos para os próximos cinco anos. A Prefeitura alega que a falta de dinheiro e de demanda de usuários a levou a optar por construir pistas preferenciais nos Corredores T-7, T-9 e Mutirão. Não há previsão para o Corredor Leste-Oeste.
Os corredores Goiás - que abrigará o Bus Rapid Transit (BRT) - e Anhanguera - por onde passará o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) - são os únicos que terão pista exclusiva para transporte coletivo no eixo central. O prefeito Paulo Garcia (PT) afirma que as vias preferenciais nos Corredores T-7, T-9 e Mutirão são "a opção factível neste momento". O tempo de duração das obras e a necessidade de desapropriações preocupam empresários.
O Plano Diretor de 2007 - cuja atualização deve ser enviada à Câmara Municipal no próximo mês - estipula largura mínima de 36 metros para a caixa da via comportar um corredor exclusivo. As Avenidas T-7 e T-9, entre outras, não têm esse espaço. Para cumprir o determinado em lei precisão ser feitas desapropriações. "Implantar um corredor com necessidade de desapropriação demanda muito mais dinheiro que o preferencial", afirma Garcia.
Além de não ter dinheiro suficiente para cumprir o que determina o Plano Diretor, estudos técnicos da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) apontam que não há demanda nos Corredores Leste Oeste, T-7, T-9 e Mutirão. As vias têm de 3 mil a 6 mil passageiros por hora em cada sentido, nos horários de pico. A CMTC estima em 10 mil a 15 mil passageiros por hora em cada sentido a demanda mínima para implantação dos corredores exclusivos. As vias têm atualmente 8 mil e 12 mil, respectivamente.
Modelo
As pistas preferenciais têm como molde o Corredor Universitário, inaugurado em junho deste ano. "Neste momento podemos resolver com o conceito do corredor preferencial, que não tem desapropriação, simplesmente eliminando estacionamento. Cinco anos é a previsão de que eles ainda aguentem bem", afirma a assessora de planejamento da CMTC, Ediney Bernardes.
"Implantar esses corredores de imediato é praticamente impossível. Teríamos de desapropriar 20 quilômetros - 10 de cada lado - e isso se torna praticamente impossível", afirma Bernardes, sobre o caso do Corredor T-7. A região é quase que completamente adensada. Apesar disso, os técnicos da Prefeitura afirmam que, a partir do Plano Diretor de 2007, alterou-se também a lei de uso do solo. Passou-se a exigir que novos empreendimentos respeitem a distância de 15 ou de 18 metros do meio da via, de acordo com o corredor determinado para o local.
O prefeito afirma que as obras do Corredor T-7 vão começar no máximo em janeiro de 2013: "Minha determinação é que tenha início no mais tardar na primeira quinzena de janeiro; temos recursos para executar a obra." O Corredor T-9 também deverá ser iniciado no primeiro semestre de 2013. Embora já esteja definida a adaptação do projeto de corredor exclusivo para preferencial na Avenida Mutirão, Bernardes afirma que ainda não há previsão para a obra.
Dificuldade
Reportagem do POPULAR publicada no dia 10 de setembro, durante a disputa eleitoral, já mostrava a dificuldade que o novo prefeito teria para implantar os corredores exclusivos de transporte, promessa de campanha de todos os candidatos. Na ocasião, o jornal consultou especialistas que apontaram entraves para a execução do que prevê o Plano Diretor.
"Excetuando-se o corredor (Goiás) Norte-Sul, onde será implantado o BRT, a implantação dos demais corredores exclusivos é muito difícil, tendo em vista que a caixa das vias é inferior a 30 metros e necessitaria ser ampliada para 36 metros. Essa ampliação demandaria um número muito grande de desapropriações a um custo elevado", avaliou na ocasião o engenheiro Alexandre Moura, do Grupo de Trabalho sobre Mobilidade e Acessibilidade do Conselho Regional de Engenharia em Goiás (Crea-GO). Para ele, a saída seria apostar nas vias preferenciais, como o Corredor Universitário.
Garcia afirma que "nada impede que no futuro um corredor preferencial não tenha condições ideais de se tornar exclusivo". O prefeito cita a diversidade de opiniões sobre o assunto. "Existem técnicos que consideram que o corredores preferenciais não são o ideal, que o ideal são os exclusivos. Mas são fases de implantação e temos de nos adaptar às caixas que nos temos."
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