Terminal Urbano é patrimônio social

25/09/2010 - TCA

A demolição de ala sul do Terminal Urbano para visibilizar o prédio da antiga Estação Ferroviária, pretendida pelo Ministério Público com fundamento na lei de preservação do patrimônio histórico, é uma ameaça à acessibilidade e à qualidade de vida da população, à fluidez de todo o sistema de transporte e ao desenvolvimento da cidade. Enquanto o Museu Histórico “Zeca Batista” registrou apenas 498 visitas em todo o mês de agosto de 2010, mais de 2 milhões de pessoas passaram no mesmo período pelo terminal. O bom senso recomenda a adoção de projetos alternativos para visibilizar o prédio da antiga estação e facilitar o acesso do enorme público que usa o transporte coletivo, da população em geral e dos visitantes ao futuro Museu do Transporte. Uma postura cívica e humanística para se promover a restauração, a conservação e a manutenção do patrimônio histórico, sem a destruição do patrimônio social.

Local estrátegico para a integração

Não imagine o trânsito sem o transporte coletivo nem o centro sem o Terminal Urbano. Quem parar para pensar e embarcar em raciocínio lógico entenderá porque o ônibus é a solução para o trânsito e o terminal deve ser localizado no coração da cidade. Estatísticas revelam que um ônibus substitui 50 carros nas ruas, o que vale dizer que se os 190 veículos da TCA não circularem pelas principais artérias do centro, mais 9.500 automóveis particulares estarão disputando espaço somente no quadrilátero próximo ao terminal. Nada menos que 500 carros, a mais, por quarteirão.

A localização estratégica e ideal do terminal foi definida em pesquisas de intenção de viagem e de origem-destino e apesar do surgimento de pólos urbanos regionais, linhas bairro a bairro, sem integração no terminal, ainda são deficitárias. Alterações no sistema radial – todas as linhas convergindo para o centro - implicariam em correção tarifária pelo IPK - índice de passageiros por quilometro – previsto na planilha do transporte coletivo.

Colapso no trânsito seria inevitável

A proposta de transferência de uma ala do Terminal Urbano para o Terminal Rodoviário seria desastrosa sob dois aspectos: a criação de uma linha circular entre as duas estações e o inevitável terceiro embarque para se fazer a integração. Nem mesmo a construção imediata de trincheiras evitaria o colapso do trânsito no eixo estrutural da Avenida Brasil e em todo o centro da cidade, um flagelo para quem usa o carro ou o ônibus e um desastre para a economia da cidade, que vive e se desenvolve pelas vias do transporte.

Com o advento do Passe Temporal para reembarque em qualquer ponto da cidade, tecnologia que está sendo implantada pela TCA, haverá acentuada diminuição da integração dentro do Terminal Urbano – cerca de 30 por cento - não o bastante para ser aceitável a demolição da ala sul. Por conta do vertiginoso crescimento da cidade e do aumento da demanda de deslocamentos, enquanto o centro da cidade for o destino preferencial da maior parte da população, o terminal será intocável, a despeito do rigor da lei, cujo princípio é servir a sociedade.

Qualidade máxima, violência zero

Construído pela TCA e incorporado ao patrimônio do Município, o Terminal Urbano centraliza a integração de todas as linhas e a perfeita logística do sistema de transporte coletivo urbano local. Destaca-se pelo conforto disponibilizado à população; pela organização do pequeno comércio varejista modelar ali instalado; pela sinalização de todas as linhas e horários nas plataformas de embarque, para orientação dos clientes, especialmente visitantes; pela limpeza e pela segurança, apesar de ser o local mais movimentado da cidade. O índice de violência zero no terminal é garantido pela vigilância 24 horas e pela ação conjunta da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Juizado de Menores e da Postura Municipal.

Já em 1998, quando foi construída a nova ala do terminal, o quantitativo de usuários e ônibus exigia a criação de mais baias para atender a demanda do sistema e racionalizar o fluxo interno e o intenso movimento na Praça Americano do Brasil. A medida acabou com o congestionamento do trânsito nas entradas do terminal, o que voltará a acontecer na proporção do crescimento da frota atual de 180 mil veículos. Se a demanda exigiu a ampliação, há 12 anos, por necessidade pública, é inadmissível imaginar a demolição por imposição de lei desproporcional.