Insatisfação mesmo com corredor exclusivo

30/06/2012 - O  Hoje

Desde o lançamento do Corredor Universitário – situado entre a Praça Cívica e o Terminal de Integração Praça da Bíblia – na quarta-feira (27), quem passa pelos 2,5 quilômetros de corredor está convivendo com mudanças. A reportagem esteve ontem no local e constatou que, apesar de as multas ainda não estarem sendo aplicadas, a maioria dos motoristas já respeita a faixa exclusiva para ônibus e a ciclovia – embora os pedestres a desreipeite. No entanto, usuários do transporte coletivo ainda reclamam da demora dos ônibus e nem todos os pontos estão prontos.

Em um dos novos pontos na Avenida, Raimunda Xavier Nascimento aguardava com a filha Rosangela, que possui deficiência física, um ônibus da linha 180. Na parede do abrigo constam os horários e a previsão de que essa linha deve passar a cada 45 minutos. Segundo Raimunda, elas estavam no local há mais de uma hora. “Aqui ficou muito chique, muito bonito. Mas os ônibus continuam demorando tempo demais”, afirma. O agrimensor Carlos Jarbas também aguardava no ponto e sua reclamação era outra. “Esse abrigo é um dos poucos já instalados. Que ficou melhor não há dúvidas, mas eu me pergunto como a obra foi inaugurada se não está tudo pronto.”

Arquiteta e urbanista da assessoria de planejamento da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Edinei Bernardes de Paiva, garante que os pontos de ônibus completos deverão ser instalados em, no máximo, 15 dias. Segundo ela, as linhas de ônibus já voltaram a circular normalmente pela avenida e procuram seguir a planilha. “Faltam ainda algumas placas de sinalização que devem ser instaladas assim que a obra da Praça Universitária for concluída.”

Sinalização

O motorista Pedro Alcântara respeitava a faixa do ônibus quando conversou com a reportagem na tarde de ontem. Segundo ele tem observado, a maioria das pessoas está respeitando a sinalização. “O trânsito está fluindo bem e a avenida ficou linda. Mas de vez em quando vemos alguns insistindo em desrespeitar a faixa exclusiva”, conta Pedro.

A reportagem flagrou alguns motoristas que iam seguir em frente parados na faixa preferencial. Eles só deveriam acessar a pista para conversão à direita imediatamente seguinte ou parada em garagem. Em outro caso, um carro parou no retorno em cima da faixa da ciclovia e um ciclista teve que sair da pista para desviar e depois retornar para a faixa.

Mesmo assim, o garçom Geraldo Siqueira não reclama. “Sem a ciclovia a gente tinha que se arriscar no meio dos carros. Aqui é ótimo e tem muita sinalização. Quem não respeita é porque não quer”, afirma. Câmeras e sensores foram instalados pela Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT) ao longo do trajeto para monitorar o uso da faixa preferencial no corredor dedicado ao transporte coletivo. Porém, a fiscalização eletrônica deve demorar pelo menos 30 dias para começar a multar já que essa primeira fase é educativa.

A arquiteta Edinei Bernardes se diz satisfeita com a atitude das pessoas nesses primeiros dias. “Notamos que as pessoas estão compreendendo e muitas estão fazendo uso correto mesmo sem fiscalização. Esse corredor exclusivo é uma coisa totalmente inovadora para Goiânia e, com essa atitude positiva das pessoas, nos sentimos mais seguros para a implantação dos outros”, comenta. Outros 13 corredores, em 102 quilômetros de vias em Goiânia devem receber corredores exclusivos ao transporte coletivo.